Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, passará a noite em prisão dinamarquesa e será libertado amanhã, após protesto pacífico na Groenlândia.
Naidoo é levado para a prisão na Groenlândia ©Greenpeace/Jiri Rezac
Após quatro dias na prisão, o diretor-executivo do Greenpeace Internacional, Kumi Naidoo, foi deportado hoje da Groenlândia. Ele está neste momento voando para Copenhague, onde ele sera mantido na prisão por uma noite. Em seguida ele será levado para Amsterdam, onde será libertado.Naidoo e seu companheiro ativista Ulvar Arnkvaern foram presos na sexta de manhã, depois de violar a zona de exclusão e escalar a controversa plataforma de petróleo no Ártico, distante 120 quilômetros da costa da Groenlândia. Eles foram indiciados pela invasão. A operadora da plataforma Cairn Energy utilizou fortes jatos de água para tentar evitar que Kumi subisse a escada de 30 metros, mas Naidoo enfrentou os jatos de água congelantes e chegou à plataforma.
Encharcado, ele pediu que Cairn imediatamente suspendesse a perfuração de novos poços de petróleo e deixasse o Ártico. Ele também apresentou aos operadores da plataforma uma lista com 50 mil nomes de pessoas de todo o mundo que enviaram e-mails para a Cairn, pedindo que a companhia publicasse o plano de segurança em caso de vazamento de óleo.
O documento está no centro de uma longa campanha de ação direta no Ártico. Após 90 minutos na plataforma, um helicóptero de um navio de guerra dinamarquês que estava nas redondezas pousou próximo a Kumi e o prendeu. Antes de escalar a plataforma, ele descreveu a campanha para parar as perfurações no Ártico de “uma das batalhas ambientais da nossa era”.
Em carta para sua filha escrita na prisão no último domingo – Dia dos Pais no local – Naidoo explicou por que escalou a plataforma.
"Embora a luta para evitar a destruição no Ártico pareça distante, ela é fundamental para toda a humanidade. O aquecimento global ameaça a vida de milhões e o excesso de derretimento do Ártico faz com que o nível do mar aumente em todo o mundo. Portanto é importante que instiguemos nossos líderes a perseguirem até a última gota de óleo que existe para buscarmos mlehores alternativas."
Kumi, 45 anos, era um jovem líder no movimento antiapartheid na África do Sul, onde ele foi preso várias vezes e acusado de desobediência civil e violação do estado de emergência. Ele viveu ilegalmente no país antes de ser forçado a deixar a África do Sul e viver no exílio no Reino Unido.